sábado, 12 de maio de 2012


Proposta de duas redações para o vestibular da UFPE
Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR 
11/05/2012 | 08h27 | Mudanças


Vestibular da UFPE pode ter duas redações. Imagem: Cecília Sá Pereira/DP/D.A Press/Arquivo
Imagem: Cecília Sá Pereira/DP/D.A Press/Arquivo

Duas redações para o vestibular da UFPE. Essa é a proposta enviada ontem à reitoria da instituição pelo professor Marcello Menezes, fundador do grupo virtual “Redação de volta para a Covest, já!”. Criado na semana passada, já tem mais de 30 mil amigos na rede social Facebook. Os estudantes e professores que fazem parte do grupo querem que a redação do Enem seja substituída pela da Covest, instituição que aplicava a redação até 2009. A ideia é que a redação do Enem passe a compor 20% da 1ª fase e a redação da Covest passe a valer seu peso anterior, somado à nota final. O reitor Anísio Brasileiro informou que levará a proposta para votação do Conselho Universitário. Mas adiantou que a mudança não será votada na reunião de hoje.

“Muitos alunos bons reclamaram das notas da redação do último Enem. Caso a substituição seja complicada, sugerimos a proposta de adotar duas redações”, explicou o professor Marcello Menezes. Segundo ele, a redação do Enem, que foi alvo de diversas críticas no ano passado, deve ter um peso menor no vestibular. De Brasília (DF), o reitor disse que a pró-reitora para Assuntos Acadêmicos, Ana Cabral, está preparando um balanço sobre o desempenho da Covest e do Enem nos últimos cinco anos.

“Além do balanço, também aguardamos orientações do próprio ministério sobre as mudanças, já anunciadas, para a redação deste ano”, afirmou o reitor. Ele afirmou que o assunto vai ser colocado para votação do Conselho Universitário em um mês. O tempo previsto, no entanto, pode significar que a mudança não deve valer a partir deste ano. “Não vamos tomar decisões locais sem que haja articulação com o MEC”, avisou Anísio.

Universidade apta - O presidente da Covest, Armando Cavalcanti, garantiu que a instituição está preparada para voltar a aplicar as redações da Federal. “Nós estamos preparados para corrigir essas redações com profissionalismo e tecnologia”, afirmou. Segundo Armando, para um concurso na dimensão do vestibular da UFPE são chamados até 120 corretores. No ano passado, foram 48 mil inscritos. Na Covest, só os candidatos que passaram pelo ponto de corte têm as redações corrigidas. No ano passado, o Enem teve 4 milhões de inscritos em todo o país. Foram chamados apenas 3 mil avaliadores.

Professores e alunos pernambucanos torcem para que a novidade seja adotada ainda este ano. “Quando a redação é regional há um número menor de corretores, o que sistematiza o processo de correção”, opinou a professora Betânia Ferreira. A colega Fernanda Bérgamo concorda. “Sei que há profissionais sérios no Enem, mas eles não passam por treinamento”, disparou. O fera de administração Arthur Campos, 17, faz parte do grupo do Facebook. “A volta da redação da Covest é a atitude mais cabível”, falou. A estudante Marina Pastore, 17,  disse que ficou surpresa com a nota tirada na redação do ano passado. “Foi injusta”.

SAIBA MAIS

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é uma prova criada em 1998, pelo Ministério da Educação do Brasil, para avaliar a qualidade geral do ensino médio no país

Em 2009 o ministro da Educação, Fernando Haddad, unificou o vestibular das universidades federais utilizando a prova do Enem reformulada

Este ano, a Universidade Federal de Pernambuco adotou a prova como 1ª fase do seu vestibular. Antes, as duas fases eram realizadas somente pela Covest

Como houve uma fraude na impressão dos testes, a data da prova foi modificada.

Para não atrasar o calendário, a UFPE fez uma redação à parte, aplicada pela Covest

Em 2010, o Conselho Universitário da UFPE decidiu abolir a redação da Covest e utilizar apenas a do Enem

Na edição de 2011, vários candidatos reclamaram da falta de critérios nas correções da banca escolhida pelo Enem. Havia  discrepâncias gritantes entre as notas

Para completar, no edital do concurso estava vetada uma nova correção.

Os estudantes também não tinham acesso à redação original

Alguns candidatos entraram  na Justiça pelo direito de uma nova correção de texto

Nenhum comentário:

Postar um comentário