segunda-feira, 15 de outubro de 2012


VEJA lança Microcurso de Redação para o Enem

Feitas em parceria com professores de cursinhos preparatórios, orientações serão publicadas durante esta semana

Lecticia Maggi
Enem exige a realização de um texto dissertativo-argumentativo, em que o aluno defende o seu ponto de vista
Enem exige a realização de um texto dissertativo-argumentativo, em que o aluno defende o seu ponto de vista(Thinkstock)
A redação é o bicho-papão para grande parte dos estudantes que participam do Enem. É no texto dissertativo que eles têm de expor ideias e argumentar – revelando, espera-se, um português corretíssimo. Para ajudar os candidatos nessa tarefa, VEJA.com elaborou, em parceria com professores de cursinhos preparatórios, um Microcurso de Redação em cinco capítulos – a serem publicados durante esta semana, como descrito a seguir:
- segunda-feira: domínio do idioma
- terça-feira: adequação ao tema proposto
- quarta-feira: como argumentar
- quinta-feira: como apresentar propostas
- sexta-feira: redações nota 10 comentadas
A redação é um item valioso do Enem. A pontuação dos candidatos nessa prova varia de 0 a 1.000 pontos: quem obtiver um zero aqui fica automaticamente impossibilitado de disputar vagas oferecidas pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e pelo Programa Universidade para Todos (ProUni). Ou seja, os que não forem capazes de dissertar estarão fora das universidades federais, estaduais e até privadas que usam o Enem como processo seletivo. Por outro lado, quem se sair bem na construção do texto pode avançar na competição por uma das vagas.
O primeiríssimo ponto a entender é qual é, afinal, o caráter da redação proposta no Enem. Em resumo, qual o "jeitão" da prova e o que os examinadores querem medir com ela. O exame federal apresenta um tema e exige do candidato a redação de um texto do tipo dissertativo, ou seja, aquele que analisa e debate a ideia proposta utilizando argumentos para justificar uma opinião adotada. O texto deve ter no mínimo 6 e no máximo 30 linhas.
"Dissertação é um texto em que o aluno deve firmar uma posição", afirma Francisco Platão Savioli, supervisor de língua portuguesa do Anglo Vestibulares. É importante lembrar que, pela natureza da prova, outros tipos de textos não são aceitos – e também rendem zero a seus autores. É o caso de narrações, poemas ou letras de música. Nesse aspecto, não há lugar para invenção no Enem. Com essa estrutura, os examinadores tentam medir as seguintes habilidades dos estudantes: (Continue a ler a reportagem)

As 5 competências avaliadas na redação do Enem

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Domínio da norma padrão da língua escrita

O título da primeira competência avaliada pelos examinadores pode parecer complexo à primeira vista. Trata-se, na verdade, de um conceito simples. O que o Enem busca avaliar aqui é a capacidade dos estudantes de diferenciar os registros oral e escrito da língua. Um exemplo simples: no cotidiano, usamos a expressão "pra" (contração da preposição "para" e do artigo "a"). Ela pode se adequar perfeitamente a nossas conversas diárias, mas não fica bem quando precisamos fazer um discurso na formatura do colégio ou ainda ao escrever uma carta para a direção da empresa na qual trabalhamos. Nessas situações, deve-se primar pela clareza e pela precisão, possíveis graças à norma culta da língua. O examinador do Enem quer saber se o candidato conhece essas diferenças – e se sabe escrever usando o português correto.
Comentário do professor:
"É imprescindível obedecer às regras gramaticais no Enem. Não há espaço para brincadeiras aqui", afirma Tiago Fernandes, professor de redação do CPV Vestibulares.

Temas – Ninguém, além dos examinadores do Enem, é claro, conhece o tema que será proposto na prova de redação do próximo dia 4. Um estudo detalhado das edições anteriores do exame, contudo, revela padrões que se fixaram desde a primeira aplicação da avaliação federal, em 1998.
Para o professor de redação Tiago Fernandes, do CPV Vestibulares, é possível observar a recorrência de temas contemporâneos e que se ligam em alguma medida à realidade dos jovens. "As propostas costumam abordar questões  atuais e incentivar  a discussão sobre assuntos que tocam a vida dos estudantes", afirma Fernandes. O objetivo disso, acrescenta o professor, é garantir que os candidatos tenham ferramentas para propor soluções ao problema apresentado.
Analisando todas as edições do Enem, o professor Platão, do Anglo Vestibulares, observa ainda três eixos temáticos na redação. Ou seja, os temas apresentados até aqui podem ser agrupados em três grandes áreas, comentadas na lista a seguir: (Continue a ler a reportagem)

Os 3 eixos temáticos mais recorrentes na redação do Enem

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Relação do homem com ele mesmo

Em grande medida, a área abrange propostas de redação consideradas mais "filosóficas". Em geral, os temas incentivam reflexões sobre experiências de vida. Com isso, o exame pretende verificar de que forma o candidato transforma o passado em aprendizado útil para o presente e, especialmente, o futuro. Não por acaso, são contempladas aqui questões ligadas a realização profissional, sentimentos como felicidade e paixões e também crenças.
Edições passadas do Enem que apresentaram temas deste grupo:
1998 - Viver e aprender
2006 - O poder de transformação da leitura

Treino  A redação do Enem é um grande desafio. Mas ainda há tempo para o treino. Na reta final de estudos, os professores incentivam os candidatos a realizar ao menos duas redações por semana. Fernandes, do CPV, sugere alguns temas: eleições municipais, lei das cotas, código florestal brasileiro e construção da usina hidroelétrica de Belo Monte, além de engajamento político na internet e papéis de negros e índios na sociedade brasileira. 
Veja

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