Instituições pernambucanas se posicionam sobre suspensão de vestibular
A UFPE afirmou que já entrou com recurso junto ao MEC
Foto: Arnaldo Carvalho/JC Imagem/Arquivo
Do NE10
Depois da decisão do Ministério da Educação (MEC) de suspender novas matrículas em seis cursos de cinco universidades pernambucanas no próximo ano, as instituições de ensino superior penalizadas mostraram, na tarde desta quarta-feira (19), discordar dos resultados das avaliações que determinam o Conceito Preliminar de Curso (CPC), inferiores a 3.
Dos seis afetados no Estado com a impossibilidade de fazer a matrícula no próximo ano, três têm um prazo de 60 dias para adequar o corpo docente e 180 dias, a infraestrutura: engenharia civil na Universidade Católica de Pernambuco, engenharia cartográfica na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e licenciatura em biologia na União de Escolas Superiores da Funeso (Unesf). O novo prazo é por causa do avanço que já tiveram entre as avaliações de 2008 e 2011.
No caso dos que não tiveram desempenho superior entre 2008 e 2011 - licenciatura em matemática na Católica, licenciatura em pedagogia no Instituto Superior de Educação de Floresta (Isef) e licenciatura em biologia na Faculdade Salesiana do Nordeste (Fasne) -, as matrículas estão suspensas durante todo o próximo ano.
A UFPE informou, através da assessoria de comunicação, ter entrado com recurso no MEC solicitando a retirada da lista. "A universidade alega, entre outros pontos, que o curso teve a avaliação do CPC de 2008 reconsiderada em 2011, subindo de 2 para 3. A correção da nota pode ser conferida na própria página do MEC. A nota 3 (CC – Conceito de Curso) corresponde ao CPC corrigido. A UFPE aguarda pronunciamento do MEC para divulgar novas providências relativas a essa graduação", diz a nota.
A assessoria de comunicação da Católica afirmou que, apesar da medida do MEC, o calendário de matrícula permanece o mesmo, começando no próximo dia 7. O listão da universidade foi divulgado nessa terça (18) e incluiu candidatos de engenharia civil e matemática. Ainda foi informado que responsáveis pela instituição estão analisando que providências poderão ser tomadas para evitar prejuízos aos feras aprovados no vestibular.
A diretora do Centro de Humanas e Exatas da Funeso, Idalina Borba, afirmou, em entrevista ao Jornal do Commercio, discordar do resultado do exame. Na opinião dela, biologia é uma das melhores licenciaturas oferecidas pela instituição, com 70% dos professores mestres e doutores e infraestrutura adequada. Da mesma forma que a UFPE e a Unicap, a Funeso pretende entrar com recurso no MEC para reverter a decisão. O vestibular da unidade está aberto com 100 vagas para o curso na primeira entrada.
O Isef também não concorda com o resultado da avaliação, porém ainda não informou se vai entrar com recurso. Devido à pouca procura pelo curso, a Faculdade Salesiana já não abre mais vagas em licenciatura em biologia há dois anos.
Todas as universidades deverão assumir um protocolo de compromissos com o MEC, criar uma comissão para acompanhar esse protocolo e definir prazos e metas para melhorar a qualidade do ensino. Serão feitas avaliações in loco ao fim do prazo, e as universidades que não cumprirem o compromisso estabelecido poderão ter a autorização de funcionamento cassada. Os alunos que já estão matriculados poderão concluir o curso normalmente.
Ainda durante o tempo de vigência do acordo, se UFPE, Católica (no curso de engenharia civil) e Unesp mostrarem um plano de execução das melhorias e comprovarem a aplicação delas, poderão reabrir as matrículas. Isso quer dizer que as instituições que demonstrarem o compromisso de se adequar às demandas do MEC poderão fazer o vestibular para os cursos ameaçados ainda em 2013.
AUTONOMIA - Os cursos com conceito abaixo de 3 em 2011 que acabaram punidos com a perda de autonomia - não poderão mais, por exemplo, abrir novas vagas ou fechar o curso sem autorização prévia do - são quatro em Pernambuco.
Estão na lista três cursos da Católica: engenharia civil, licenciatura em matemática e engenharia química. Da UFPE, são quatro: bacharelado em ciências sociais, licenciatura em história, engenharia cartográfica e engenharia de minas. Quatro também é o número de cursos afetados na Rural: licenciatura em matemática, licenciatura em química, licenciatura em história e engenharia agrícola.
Em nota, a UFPE afirmou que encaminhará recurso ao MEC até a próxima sexta-feira. A UFRPE informou, também pela assessoria de comunicação, que "já está constituindo comissão para realizar estudos por meios dos quais será possível identificar os fatores que contribuíram para o baixo conceito dos cursos em questão". O ingresso na graduação na universidade continua sendo feito normalmente pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu).
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