Análise: Mudança no perfil da procura por curso superior é positiva
ÉRICA FRAGA
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
A falta de engenheiros em número suficiente para atender a demanda das empresas que atuam no Brasil tem sido um dos temas econômicos mais debatidos no país.
A carência na oferta de mão de obra de profissionais de engenharia é traduzida em números elevados.
O Confea (Conselho de Engenharia e Agronomia) fala em déficit de 20 mil novos engenheiros por ano.
Comparações entre os cerca de 45 mil engenheiros formados a cada ano no Brasil e os mais de 600 mil graduados em engenharia na China são citadas com frequência.
A recente tendência de desaceleração do crescimento da economia do país não fará o assunto desaparecer da agenda, mesmo que leve a desaquecimento no mercado de trabalho. Pelo contrário.
O diagnóstico de que, para atingir taxa mais elevada de expansão do que os 3% previstos para 2013, o Brasil precisa vencer inúmeros gargalos de infraestrutura é consensual entre especialistas.
Para isso, serão necessários mais investimentos e profissionais capacitados para desenvolver projetos complexos que melhorem condições de estradas, portos, aeroportos. Tudo isso passa, necessariamente, por engenharia.
Nesse contexto, o aumento no número de ingressantes nos cursos de graduação da área pode ser o começo de uma tendência positiva.
Tem crescido tanto a procura de estudantes pelo curso quanto a oferta de vagas por parte das universidades.
Isso é um indício de que os sinais de alerta emitidos pelo mercado de trabalho têm sido compreendidos.
O problema ressaltado com frequência por quem estuda educação no país é que a velocidade dos avanços ocorre a passos lentos.
Os indicadores de qualidade do ensino básico continuam ruins se comparado com países desenvolvidos.
O pífio desempenho dos estudantes em testes nacionais e internacionais de proficiência é um exemplo.
Um país que não consegue ensinar matemática para seus alunos pode aspirar formar engenheiros com alta qualificação?
Editoria de Arte/Folhapress |
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