Enem — Protestos históricos no Brasil: Diretas Já, impeachment de Collor e atuais manifestações
Entenda os fatos que mudaram a trajetória do país e do mundo a partir de conteúdos publicados pela revista e pelo site
Raquel Carneiro
Cara-pintada durante manifestação estudantil pelo impeachment de Fernando Collor de Mello, presidente da República, organizada pela UNE e Ubes, na Avenida Paulista (Antonio Milena)
O Brasil voltou às ruas. Em centenas de cidades, manifestantes pedem mudanças. A pauta é variada: redução de tarifas de transporte, rejeição à PEC 37, combate à corrupção, transparência nas decisões políticas, volta da inflação, gastos da Copa do Mundo, entre outros temas. Estima-se que milhões de pessoas já protestaram e ainda não se sabe quando deixarão as ruas.
A classe política tenta articular uma resposta. Prefeitos e governadores reduziram tarifas, a presidente Dilma propôs uma reforma política e o Congresso arquivou a PEC 37. Outras promessas aparecem a cada dia.
Todos os brasileiros tentam compreender a dimensão dos protestos. Os estudantes que se preparam para o Enem e para outros vestibulares não podem ignorar o assunto. "Não acredito que o Enem, por exemplo, apresente uma questão diretamente ligada aos protestos, mas pode, sim, cobrar o conhecimento de temas relacionados. Por isso, o aluno deve estar atualizado sobre o que acontece", diz Alberto Francisco do Nascimento, coordenador de vestibular do cursinho Anglo.
Para compreender melhor a atual manifestação, pode ser útil também relembrar como nasceram protestos recentes da história do Brasil — e também quais seus desdobramentos. É o caso do movimento Diretas Já, em 1984, que, em pleno regime militar, exigia a redemocratização do país com eleições para presidente da República. É também o caso do Impeachment, processo que levou ao afastamento do então presidente Fernando Collor de Mello. Em ambos, a população saiu às ruas. No último, como acontece agora, os jovens — apelidados caras-pintadas — tiveram papel fundamental.
"É essencial que o estudante veja estes protestos sob a perspectiva histórica", diz Celio Tasinafo, professor de história e diretor pedagógico do cursinho Oficina do Estudante.
VEJA coloca seu conteúdo à disposição dos estudantes que quiserem mergulhar na história. As listas a seguir, apresentam resumos de reportagens da revista e do site que contam a trajetória das Diretas Já e do Impeachment. Os links levam para o conteúdo original, com textos e imagens de época. Bom estudo!
Diretas Já: rumo à democratização
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Atmosfera eletrizante
Em 1984, a campanha das Diretas Já, que exigia a retomada do voto popular para presidente da República, eletrizou a atmosfera política. Depois de vinte anos amordaçados, os cidadãos brasileiros saíram às ruas para pedir a volta da democracia ao país. O regime militar estava com seus dias contados. Entre janeiro e abril de 1984, dezenas de comícios foram organizados nas principais cidades brasileiras. O maior deles teve São Paulo como palco. Cerca de 1,5 milhão de pessoas foram ao Vale do Anhangabaú, no centro da cidade.
Em 25 de janeiro, outra manifestação entrava para a história. "Do alto da colina onde há 430 anos foi fundada a cidade de São Paulo, amontoadas por toda a Praça da Sé, 200.000 pessoas gritavam: Um, dois, três, quatro, cinco, mil. Queremos eleger o presidente do Brasil". Assim VEJA descreve, em sua reportagem de capa, um dos comícios mais importantes do movimento pelas diretas. Balanços da campanha já davam conta de mais de meio milhão de pessoas a favor do movimento.
Impeachment de Collor e os caras-pintadas
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Ascensão de Collor
Após disputa em segundo turno com Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, Fernando Collor de Mello é eleito presidente do Brasil — o primeiro escolhido por voto direto em três décadas. VEJA registrou o caráter acirrado da campanha em dezembro de 1989:“Collor – Vitória num país dividido”, dizia a chamada de capa sobre a eleição.
VEJA
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