segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Universidades federais têm maioria de vagas para estudantes cotistas

São 114 mil vagas para ações afirmativas, 51,7% do total oferecido

As universidades federais do Brasil ultrapassaram 50% de vagas destinadas a alunos cotistas nos cursos de graduação. Este é o primeiro ano em que as cadeiras para ações afirmativas superam as de ampla concorrência. As informações são da Agência Estado.
No primeiro semestre de 2016, foram 114,5 mil vagas para cotas, totalizando 51,7% do total, ante 113 mil para concorrência livre, ou 48,3% do total. Em 2013, eram 33,4% de vagas para cotas. O aumento deve-se à meta da Lei de Cotas, sancionada em 2012, que previa que no prazo de quatro anos as universidades deveriam atingir 50% de cadeiras reservadas para cotistas.
Efeitos
Mas cumprimento da meta ainda não se reverte em equidade na origem dos estudantes universitários. Conforme relatório da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), em 2014 32,5% dos estudantes de federais haviam entrado através de alguma política de ação afirmativa.
Segundo o relatório, também houve uma mudança significativa na composição entre brancos, pardos e pretos: brancos deixaram de ser quase 60% dos estudantes, em 2003, para serem pouco mais de 45% em 2014, enquanto o número de pardos nas faculdades federais subiu de 28% para 37,75% e os pretos cresceram de 5,90% para 9,82%. Juntos, estudantes pretos e pardos passaram de 34,20% do total para 47,57%, um aumento de mais de 10 pontos percentuais entre 2003 e 2014.
Os números seguem a composição da população brasileira, segundo a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), do IBGE: 45,48% da população brasileira se declara branca, enquanto 53,6% se declaram preta ou parda.
A pesquisa também apontou um aumento do número de alunos com renda baixa. Estudantes com renda de até um salário mínimo cresceu de 8,33%, em 2010, para 13,21% em 2014. Entre estudantes com renda bruta familiar de até três salários mínimos, o aumento foi ainda mais expressivo: passou de 40,66% para 51,43% em quatro anos. Já alunos com renda familiar de dez salários mínimos passou de 16,72% para 10,6%.
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