quinta-feira, 24 de maio de 2012


É um prejuízo indevido, diz ministro da Educação sobre greve de professores

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FLÁVIA FOREQUE
DE BRASÍLIAO ministro da Educação, Aloizio Mercadante, criticou nesta quarta-feira a greve de professores de universidades federais, iniciada na última semana. De acordo com balanço do Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), 44 de 59 instituições federais já paralisaram as aulas.
Segundo o ministro, não há "nenhuma razão" para a paralisação devido ao prazo que ainda existe para se chegar a um acordo. Governo e docentes têm até agosto para obter um consenso --esse é o prazo para que a União encaminhe ao Congresso Nacional a previsão de seu orçamento para 2013.
"Eu acho que é um prejuízo indevido [para os alunos] e espero que haja espaço para que seja feita uma avaliação sobre essa iniciativa diante de uma negociação em aberto. (...) Não há necessidade de uma greve neste momento", afirmou o ministro em coletiva de imprensa. Mercadante fez um apelo para uma "reconsideração" dos docentes.
Na última quinta-feira, professores de universidades federais iniciaram movimento de greve para pressionar o governo a analisar a reestruturação do plano de carreira da categoria.
Na próxima segunda-feira, representantes da categoria terão uma reunião com o Ministério do Planejamento para tratar o assunto.
Mercadante reconheceu que houve atraso no cronograma de negociações devido à morte, em janeiro deste ano, do secretário de recursos humanos do Ministério do Planejamento, Duvanier Paiva. "[Paiva] morreu de uma situação trágica e toda a memória da negociação dos servidores em geral (...) era concentrada nele."
Paiva não foi atendido em dois hospitais de Brasília, segundo a família, porque seu plano de saúde não era aceito e ele não portava cheque para caução.
Durante entrevista coletiva, o ministro lembrou que foi um dos fundadores do Andes, mas alegou que neste caso, não há motivo para a greve. "Com toda minha experiência como docente, não lembro de nada semelhante."
Os docentes pedem ainda melhor infraestrutura para dar aulas --eles alegam que o espaço físico das instituições não acompanhou o ritmo crescente de matrículas no ensino superior.
MEDIDA PROVISÓRIA
Na semana passada, a presidente Dilma Rousseff editou medida provisória concedendo reajuste salarial de 4% para professores universitários, percentual abaixo da inflação. O sindicato nacional alega que o reajuste foi resultado de um "acordo emergencial" e afirma que a pauta principal é a reforma do plano de carreira.

Fonte: Folha de São Paulo

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