sexta-feira, 7 de setembro de 2012


A Matemática no Enem


Veja o que o exame cobrará na prova de Matemática e suas Tecnologias e saiba o que você precisa estudar


Para começar, Matemática e suas Tecnologias é uma prova inteira, com 45 questões, o que representa um quarto da prova objetiva do ENEM. Nos vestibulares convencionais, que são bem mais conservadores do que o ENEM, a matéria costuma ser cobrada em aproximadamente um oitavo da prova.O Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) dá para Matemática uma importância extremamente exagerada. Depois do conhecimento da língua portuguesa, que é necessária para ‘ler’ quase toda a prova, Matemática é o que o ENEM mais cobra em seu novo modelo de exame.
Além disto, a linguagem matemática vai aparecer moderadamente na prova de Humanas e deliberadamente na prova de Natureza, na forma de gráficos e tabelas, cálculo de grandezas, regra de três, porcentagem, estatística, probabilidade, entre outras formas de representação da linguagem matemática e de seus fenômenos.
Podemos dizer que, desde 2009, quando o ENEM ganhou nova roupagem, temas como Meio Ambiente, Cidadania e Valorização da Diversidade, que formavam a base da prova, perderam espaço, proporcionalmente, para a Matemática. Estes temas continuam importantes e centrais no ENEM, mas nenhum deles vai superar o número de questões (itens) ligadas à linguagem matemática.
Apesar de o ENEM ter como um dos principais objetivos reformar o Ensino Médio, fazendo com que as escolas abandonem a educação ‘conteudista’ e passem a fazer com que seus alunos compreendam fenômenos, resolvam problemas e elaborem propostas éticas e inovadoras de intervenção na sociedade, o nome desta prova não ajuda na reforma do Ensino Médio.
Para facilitar que educadores e alunos entendam uma nova forma de educação, mudam-se os nomes que damos às matrizes de conteúdos. No lugar de Biologia, Física e Química, chamamos a área de Natureza. No lugar de História, Geografia, Filosofia e Sociologia, chamamos de Humanas. No lugar de Português, Literatura, Educação Física, Artes e Línguas, chamamos de Linguagens e Códigos.
A ideia de mudar os nomes atende à necessidade de mudarmos os conceitos que temos da Educação, e do Ensino, na escola. Para ficar mais fácil que todos entendam que não é o antigo ensino do conteúdo dos livros didáticos e dos sistemas de ensino que representam Educação, evita-se dar o nome, para as provas do ENEM, das conhecidas e tradicionais matérias dos nossos horários de aula. Tudo perfeito, até resolverem chamar esta prova de matemática.
Quando o professor de matemática vê a prova com este nome, ele acredita que precisa continuar ensinando a mesma coisa em sala de aula. Os demais professores seguem o raciocínio. Se é preciso ensinar matemática, eles também precisam continuar ensinando seus conteúdos.
Se é verdade que Matemática tem questões demais no ENEM, se é verdade que o nome da prova não é dos melhores, também é verdade que o que é cobrado está muito mais ligado ao raciocínio lógico e a alguns conteúdos mínimos e fáceis da área. O aluno não será surpreendido com fórmulas e exercícios aterrorizadores, que é a imagem que, em geral, temos da matéria. Os conteúdos mínimos cobrados nesta prova são os mais claros nas matrizes de competências e habilidades do ENEM, fazendo dela a mais ‘honesta’ das quatro provas.
Mesmo sendo a mais ‘honesta’ das quatro provas, é a que os alunos mais erram questões, seguido de Ciencias da Natureza. Em média, os alunos concluintes do terceiro ano acertam de 12 a 15 questões, das 45, nesta prova, o que já garante uma nota próxima a 500. Como a nota do ENEM sempre é divulgada considerando a distância dos alunos em relação ao resultado médio dos concluintes do Ensino Médio (desvio-padrão), é sempre a prova que tem a maior nota máxima no ENEM (sem contar Redação, onde a nota divulgada é absoluta e pode chegar a 1000).
Vamos, então, ver o que o ENEM irá cobrar na prova de matemática. As 45 questões estarão divididas em sete competências, que o MEC considera que devem ser desenvolvidas no Ensino Médio:

A Matemática na Vida dos Povos: A primeira coisa que ENEM deseja é que o aluno compreenda que os códigos da Matemática, como os números e as operações, são construções humanas, arbitrárias. Em determinado momento, a vida em sociedade exigiu que se contasse, se dividisse, multiplicasse, entre outras coisas. Daí o surgimento da Matemática. Nas questões desta competência, a única coisa que o aluno precisa é contextualizar a linguagem matemática com as questões da vida cotidiana. Entender, por exemplo, o significado e a utilização de um número (representação de um código matemático) em um relógio, no número das casas, no cálculo da área de um terreno, na identificação de um ônibus ou nas latitudes e longitudes da terra, por exemplo, são questões típicas da competência que pede exclusivamente para que o aluno entenda a necessidade da linguagem matemática no mundo moderno.
As Formas da Vida, Geometria da Realidade: Aqui o ENEM irá cobrar conteúdos básicos de geometria. Cálculo de área e volume das principais figuras geométricas, conceito de ângulo e teorema de Pitágoras precisam ser estudados. As questões devem estar contextualizadas e o ENEM irá verificar se o aluno consegue utilizar seus conhecimentos de geometria para intervir em sua realidade. Metro cúbico (volume) costuma ser, dos conteúdos cobrados, o que os alunos mais erram as respostas. Muito cuidado. Em geral estes conteúdos aparecem em livros de oitavo ou nono ano, e não nos do Ensino Médio.
Medidas da Realidade: Nesta competência aparece o Sistema Internacional de Medidas e outras formas de escala. Será cobrado que o educando consiga identificar, interpretar e utilizar as unidades de medida mais conhecidas, como o metro, quilograma, hora, graus Celsius e Kelvin e o conceito de ampère. Será preciso interpretar e comparar escalas que envolvam estas e outras medidas. Pode, inclusive, aparecer questões em que o aluno que irá construir uma escala.
Variação de Grandeza, Porcentagem e Juros: Será avaliada aqui a capacidade do aluno de identificar diferentes formas de variação de grandeza, seja a proporcional ou a inversamente proporcional. Aparecerá também a regra de três e cálculos que envolvam conhecimento de porcentagem e juros – simples e compostos.
Álgebra: Quando representamos problemas da vida cotidiana em uma equação matemática e não sabemos o valor de algum número, representamos este número por um símbolo, geralmente uma letra (X, Y, etc.). Isto é Álgebra. Nesta competência o aluno deverá conseguir representar, gráfica e algebricamente, fenômenos da matemática. Equações algébricas, gráficos cartesianos, conhecimentos básicos de álgebra e conceitos de geometria são fundamentais para o bom desempenho nas questões dessa competência. As equações não devem aparecer diretamente. O ENEM irá apresentar alguma situação-problema em que o candidato precisará utilizar os conceitos citados para apresentar a resposta.
Gráficos e Tabelas: Essa competência cobra que o examinado interprete informações científicas e sociais a partir da leitura de gráficos e tabelas. É necessário aqui que se consiga “ler” gráficos e tabelas, afinal o ENEM os considera como uma das principais formas de linguagem matemática. O que pode aparecer, e vai além da simples interpretação, é a necessidade de previsão de tendência, extrapolação e interpolação dos dados contidos em gráficos e tabelas. Gráficos e tabelas são assuntos que só aparecem em livros de matemática, em geral, para explicar de que tipo eles são. É muito mais fácil encontra-los, na forma em que serão cobrados no ENEM, em bons jornais, sites e revistas ou nos livros de geografia.
Estatística: Nesta competência, serão cobradas noções de estatística básica e probabilidade, apresentadas em questões contextualizadas, no formato de pesquisas, estudos e jogos comuns à vida cotidiana. Moda, média, mediana e conceitos simples de área são cobrados todos os anos e errados pela maioria dos alunos. Também difícil de aparecer em livros de Ensino Médio, o aluno poderá ter que recorrer a algum banco de dados com exercícios básicos de estatística.
Fonte:IG

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