sábado, 20 de outubro de 2012


Redação do Enem, parte 4: apresente soluções

Apresentar propostas realistas em lugar das vazias e assumir responsabilidades são orientações dos professores para a prova

Lecticia Maggi
Redação Enem
Redação Enem (Thinkstock)
A quinta e última competência avaliada na redação do Enem diz respeito à capacidade dos estudantes de apresentar uma solução (ou ao menos intervenção) para o problema apresentado pelos examinadores. É o momento do aluno deixar claro que não está alheio às questões apresentadas. "É importante o jovem demonstrar que, ao mesmo tempo em que vive no mundo, também o constrói", afirma a professora Eclícia Pereira, coordenadora de redação do Cursinho da Poli.
A competência vale o mesmo número de pontos (200) das demais, mas tem um papel fundamental. "É a última chance de convencer o examinador de que o texto merece uma boa nota", diz Tiago Fernandes, professor de redação do CPV Vestibulares. O ideal é que a proposta de intervenção contemple cada um dos pontos abordados na argumentação.
Portanto, concluir a dissertação mostrando indiferença é pedir para receber nota baixa. Expressões como "não há nada o que ser feito diante disso", "não adianta querermos mudar a situação", "o mundo é assim desde que é mundo" ou "não há solução" são improdutivas e, por isso, devem ser banidas do texto. A principal orientação dos professores é simples: pouco importa se o candidato é contra ou a favor de determinado ponto de vista – o fundamental é propor uma forma de intervir no problema dado.
Confira na lista a seguir outras formas de aprimorar a conclusão da redação:
1 de 3

Fuja das propostas vazias

Professores afirmam que nove em cada dez redações apresentadas no Enem e vestibulares são encerradas por passagens como "precisamos nos conscientizar de que", "os pais precisam se conscientizar", "o governo deve conscientizar os cidadãos". Não há mal algum em imaginar que a tomada de consciência é o primeiro passo para mudanças. Mas se essa fosse a cura para todas as doenças, bastaria realizar milhares de campanhas de conscientização para sanar todos os problemas do mundo.
O Enem espera algo mais dos candidatos. Valoriza propostas de intervenção particulares, ou seja, soluções para questões específicas. "Consciência todos devem ter, mas da consciência é preciso partir para a ação. Pense em quais atitudes concretas devem ser tomadas para que o problema seja resolvido", diz Eclícia Pereira, coordenadora de redação do Cursinho da Poli.
Confira a seguir dois exemplos, uma proposta vaga e outra mais elaborada, que tratam dos desafios para a educação do Brasil:
1. "É fundamental que o país tenha uma educação melhor"
2. "É fundamental melhorar o ensino básico público, expandir o ensino técnico e facilitar o ingresso de pessoas mais pobres ao ensino superior"

Explicação do professor:
O Enem pede uma proposta detalhada de intervenção. Dessa forma, a proposta de número 2 é mais efetiva do que a primeira: ela não diz apenas que a educação dever ser melhor, mas sugere o que deveria ser feito para alcançar esse objetivo.

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