Redação do Enem, parte 1: evite gírias e termos pomposos
Orientações podem ajudar o estudante a obter pontuação máxima (200 pontos) na primeira habilidade avaliada na prova federal
Lecticia Maggi
Redação do Enem deve ter informações completas e claras (Thinktock)
A primeira competência avaliada na redação do Enem é o domínio do idioma. Na prática, isso significa que os examinadores querem medir a capacidade do estudante de diferenciar os registros oral e escrito da língua portuguesa.
Quando conversamos com amigos, nosso discurso muitas vezes é impreciso e fragmentado. O interlocutor compreende o que tentamos explicar graças ao contexto da conversa. Por exemplo: quando digo "Eu 'tive' lá ontem para resolver aquilo", meu amigo provavelmente entenderá do que se trata porque conhece previamente o assunto. Sabe que fui a algum lugar (Eu fui a algum lugar...) para tratar de um assunto importante.
Em uma redação, contudo, tudo ocorre de forma diversa. É preciso cuidar para que todas as informações estejam explicitadas no texto, uma vez que o leitor (o examinador do Enem, no caso) não tem dados prévios do assunto abordado pelo candidato e tampouco receberá informações adicionais. Neste caso então, mais correto seria dizer: "Eu fui ao cartório ontem para justificar minha ausência na votação do domingo."
Por isso, na redação, o estudante deve ser absolutamento claro em relação à mensagem que pretende transmitir. "Não exija do corretor que lerá sua redação um esforço de interpretação acima do comum. Ele não pode adivinhar o que você está pensando", diz o professor Francisco Platão Savioli, supervisor de língua portuguesa do Anglo Vestibulares.
Tendo em mente que a clareza é fundamental, professores ouvidos por VEJA oferecem orientação adicionais para a produção de um texto que obedeça também à norma padrão da língua portuguesa. Entre elas, estão: evite gírias, não tente escrever difícil e zele pela gramática. Seguindo essas orientações, são grandes as chances de o candidato obter pontuação máxima (200 pontos) na primeira habilidade avaliada na prova.
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Evite gírias e abreviações
A professora Roseli Braff, supervisora de língua portuguesa do Sistema COC de ensino, lembra que as gírias empobrecem o texto e empurram a nota para baixo na avaliação do Enem. Termos como "mano" e "mina" podem ser facilmente compreendidos em uma conversa informal com um grupo de amigos, mas não devem ser utilizados em uma dissertação formal como a exigida pelo Enem. Imagine quando você estiver trabalhando em uma empresa: seu chefe aceitaria tal forma de tratamento?
1. Substitua a gíria por um termo formal de sentido similar
Exemplos:
"Gringo" pode ser trocado por "estrangeiro"
"Tá ligado" pode dar lugar a "tem conhecimento" ou "está ciente"
'Cara', 'velho' e 'meu' também devem ser eliminados
Exemplos:
"Gringo" pode ser trocado por "estrangeiro"
"Tá ligado" pode dar lugar a "tem conhecimento" ou "está ciente"
'Cara', 'velho' e 'meu' também devem ser eliminados
2. As abreviações devem ser banidas
É o caso de termos consagrados em chats na internet, como "tb" e "vc". Na redação, deixe-os de lado e use sempre "também" e "você".
É o caso de termos consagrados em chats na internet, como "tb" e "vc". Na redação, deixe-os de lado e use sempre "também" e "você".
3. Evite ainda as chamadas "marcas de oralidade", expressões informais típicas de conversas mantidas com amigos
Exemplos:
"Daí", "né", "tá"
Exemplos:
"Daí", "né", "tá"
VEja
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