O nome de batismo diz a que ele veio: encrenqueiro. Mirando o futuro, encarou 27 anos de cadeia para depois ajudar a enterrar o apartheid. Foi guerrilheiro e tornou-se pacifista, mas nunca teve nada de pacato: é um líder muito mais complexo do que se imagina
A vida de Nelson Mandela é um filme com roteiro mundialmente conhecido - e final feliz. Idolatrado em seu país, tratado como celebridade por políticos e artistas do mundo inteiro, homenageado com cerca de 250 prêmios (inclusive o Nobel da Paz, em 1993), o preso mais importante do século 20 deixou a cadeia após 27 anos para acabar com o regime racista do apartheid e liderar a transição política que evitou uma guerra civil na África do Sul. Mas ele é um homem muito mais complexo do que o andar arrastado e o eterno sorriso tranquilo no rosto dão a entender.
O apartheid começou oficialmente em 1948. O líder, porém, já nasceu em um país dividido. Desde 1913, a Lei das Terras Nativas reservava 87% da então União Sul-Africana para os brancos. E foi em área negra da nação xhosa, no território de Transkei, que, em 18 de julho de 1918, o chefe da tribo dos tembus, Gadla Henry Mphakanyiswa, ou Henry Mandela, teve um de seus 13 filhos - o primeiro com Nosekeni Fanny, a terceira de suas quatro esposas. O pai batizou-o de Rolihlahla (ou "encrenqueiro"). Feliz pelo bebê, matou um bode e pendurou os chifres na sala.
Rolihlahla passou os primeiros anos da infância em Mvezo, que ele descreve como "uma minúscula aldeia afastada do mundo dos grandes eventos, onde se vivia da mesma forma havia centenas de anos". Sua vida ficou mais difícil quando Henry brigou com um juiz branco e foi afastado do trono. E pior: ficou órfão de pai aos 9 anos. Jongintaba, o príncipe regente dos tembus, tornou-se seu padrinho. A essa altura, o menino já usava o nome Nelson, escolhido por uma professora branca da escola metodista de elite que frequentou. Ele foi o primeiro de sua família a estudar, a partir dos 7 anos. Aos 16, submeteu-se à circuncisão e a um período de reclusão numa caverna, com o corpo pintado de branco em sinal de pureza. Era o início da vida adulta. Em 1938, seguiu para Fort Hare. Era a única universidade negra do país. Lá ele conheceu membros do Congresso Nacional Africano (o CNA, fundado em 1912), como Oliver Tambo, e deu início à atuação política. No segundo ano do curso de direito, aderiu ao movimento por melhorias na faculdade e acabou expulso. Jongintaba, então, arranjou-lhe um casamento. Inconformado, Nelson fugiu para Joanesburgo em 1941, onde arrumou emprego em uma mina de carvão.
Militante
O rapaz logo perdeu o posto (o chefe não queria problemas com o príncipe), mas conheceu Walter Sisulo, o dono de uma imobiliária, que lhe conseguiu uma vaga de estagiário num escritório de advocacia. Nessa época, morava em Alexandra, uma das favelas mais precárias e violentas da cidade. Em 1942, foi estudar direito em Witwatersrand. Depois de seis anos, empacou nos testes finais e ficou sem diploma (o que não o impediu de advogar). Ainda na universidade, em 1944, casou-se com uma prima do mentor Sisulu, Evelyn Ntoko Mase, a primeira de três esposas. A encrenca teimava a segui-lo: no mesmo ano ajudou a fundar a Liga Jovem do CNA, que presidiria depois. A instituição do apartheid, em 1948, levaria Nelson Mandela a radicalizar a militância e liderar uma campanha de desobediência civil nos anos seguintes. Ele ajudou a consolidar a resistência ao regime como um movimento de massas.
Tinha dois filhos e pouco dinheiro, mas estava totalmente dedicado à política - em reuniões, comícios e como advogado. Mal aparecia em casa. Seu filho Thembi, aos 5 anos, perguntou à mãe: "Onde papai mora?" Mandela e Tambo abriram o primeiro escritório para negros no país, em 1953.
Não demorou para que ele defendesse a luta armada. Dali a três anos, preso, acusado de alta traição (foram várias detenções antes dessa), já levava uma vida praticamente clandestina. O julgamento se estenderia até 1961. Ele e outras 150 pessoas acabaram inocentadas. Nesse ano, fundava a guerrilha da CNA, a Umkhonto we Sizwe, ou Lança da Nação. Entre 1961 e 1962, Mandela comandava os ataques que o levariam de volta à cadeia. Ao lado de sete militantes, em junho de 1964, foi sentenciado à prisão perpétua por terrorismo. Foram 27 anos recluso, sem se aquietar. Escrevia cartas exortando os companheiros à resistência. Na mais famosa, de 1980, clamava: "Unam-se! Mobilizem-se! Lutem! Entre a bigorna que é a ação da massa unida e o martelo que é a luta armada, devemos esmagar o apartheid!" O líder, porém, dedicou-se principalmente a entender os pais do regime segregacionista: os africânderes. Tornou-se progressivamente adepto da diplomacia, marcado pela experiência na prisão. Nos anos 1980, já não era possível conter o movimento negro. O país enfrentava sérios conflitos, além da forte pressão internacional. Em 2 de fevereiro de 1990, o presidente Frederik de Klerk revertia o banimento do CNA. Mandela foi libertado nove dias depois.
Presidente
Em 10 de maio de 1994, aos 75 anos, ele tomou posse como o primeiro presidente negro da África do Sul, estreante no sufrágio universal. Conduziu com sucesso a unificação de um país rachado. "Sem a liderança firme e equilibrada de Mandela, o país teria entrado em guerra civil. Os brancos ainda tinham o dinheiro e as armas e os negros queriam vingança", diz Marc Ross, cientista político americano. Obteve conquistas importantes, como tirar da legislação o ranço segregacionista e, com uma nova constituição, consolidar a democracia. Promoveu reformas econômicas essenciais e profissionalizou o turismo e a mineração. Conseguiu reduzir significativamente as favelas e ampliar o acesso a saneamento básico e energia elétrica. Ao deixar o posto após um só mandato, em 1999, manteve-se como um semideus para os conterrâneos. Era ouvido sobre todos os assuntos, amigo de figurões como Bill Clinton e Robert De Niro e atuava nas ONGs que criou. "Ele aprecia ser visitado por todo tipo de artista, mas de alguns realmente gosta. É fã de Britney Spears", diz Mac Maharaj, ex-colega de prisão e ex-ministro dos Transportes. Em 2004, aposentou-se da vida pública. Quando a torcida lotar o estádio Soccer City, em Joanesburgo, para a abertura da Copa do Mundo, Nelson Mandela quer estar lá. Mais uma vez, receberá em vida todos os louvores que geralmente são reservados às grandes figuras históricas apenas depois da morte.
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Oito pontos obscuros da biografia do líder
1. Acessos de raiva
Ele se tornou um pacifista, porém nunca foi um pacato. Ao sair da prisão, em fevereiro de 1990, Mandela sorria e acenava, mas tinha acabado de gritar e discutir com a esposa, Winnie, que atrasou a apresentação em duas horas porque estava no cabeleireiro (a demora gerou suspeitas de que ele não seria solto e provocou um quebra-quebra em Joanesburgo). O jovem Nelson era conhecido como um boxeador implacável, embora nunca tenha participado de um torneio. O estilo agressivo e direto que usava no esporte, levou também à política. Costumava cancelar reuniões quando não gostava do rumo que estavam tomando - especialmente na Liga Jovem da CNA. Há vários relatos de episódios que o tiraram do sério. Quando confrontado pela primeira mulher, Evelyn, a respeito de seus casos extraconjugais, ele ficou extremamente irritado, mudou sua cama para a sala e deixou de falar com ela. Quando o amigo Walter Sisulu quis conversar sobre o assunto, ouviu um grito: "Meta-se com a sua vida!" Já presidente, deu socos na mesa e uma enorme bronca na secretária Lillian Arrison, que fez fotos sensuais e deu uma entrevista à revista Hustler.
2. Dom Juan
É comum desposar várias mulheres ao mesmo tempo em certas tribos africanas. Mandela casou-se três vezes. Embora tenha se separado antes de cada nova união, carrega a fama de mulherengo. "É verdade que ele dedicara sua vida ao CNA, mas essa dedicação incluía também alguns elementos femininos do movimento", afirma o colega de cela Mac Maharaj em Mandela - Retrato Autorizado. Questionado sobre o que escreveu, o autor disse que, "das várias mulheres que, imaginava-se, foram amantes dele, o nome mais citado é o de Esme Matshikiza. Ela nunca confirmou, mas era vista com ele com muita frequência, a qualquer hora do dia ou da noite". Aparentemente, Evelyn, a primeira mulher do líder, tinha suas razões para cobrar fidelidade do marido. Ela o abandonou em 1957, após 13 anos de união e quatro filhos. "Já estávamos nos desentendendo antes da minha militância aumentar. A partir do momento em que ela se tornou testemunha de Jeová, tínhamos visões de mundo diferentes", afirmou o ex-presidente. Em 1958, ele se casou com Winnie Madikizela. A união de 34 anos só consistiu em cinco de convívio efetivo - dessa vez, ela é que foi infiel (acusada de corrupção, o divórcio foi muito polêmico). Em 1998, aos 80 anos, desposou Graça Machel, ex-primeira-dama de Moçambique. Dos seis filhos do líder, três estão vivas - Makaziwe, 57 anos (com Evelyn), Zenani, 52, e Zindziswa, 50 (do segundo casamento). Winnie reclamou algumas vezes que o ex-marido não é acessível a elas. Em 1969, preso, ele não foi autorizado a ir ao enterro do primogênito, Thembi, vítima de um acidente de carro. "Minhas escolhas políticas exigiram de mim e de muitos outros líderes alguns sacrifícios pessoais. Sinto muito por não ter ajudado a criar meus filhos", disse certa vez.
3. Conforto merecido
Nos últimos dois anos de prisão, Mandela foi mantido em uma casa com piscina na cidade de Paarl. Ali recebeu visitantes como o ex-colega de cela Tokyo Sexwale, que perguntou a ele por que tinha uma TV na cozinha - era um micro-ondas. Acordava às 4h30, arrumava a própria cama e caminhava, hábitos que adquiriu na cadeia e nunca mais abandonou, nem em hotéis de luxo. Vestido com ternos finos (vaidoso, gostava de usá-los ainda antes de ser detido), recebia ou visitava autoridades já no processo de negociação pelo fim do apartheid. Mas o relativo conforto demorou a chegar. Na primeira cela que ocupou em Robben Island (veja ao lado), após a condenação à prisão perpétua, em 1964, dormia sobre uma esteira, com os pés e a cabeça quase tocando as paredes: ele tem 1,85 m de altura. Usava calças curtas (cobrindo o joelho), inadequadas para a umidade e as temporadas mais frias no local. Por oito anos tomou banho gelado. Costumava sair da cela (onde permaneceu 18 anos) para cumprir jornadas de trabalho forçado, quebrando pedras de cal no pátio. Aos poucos, Mandela conquistou certas regalias, mas sempre fez questão que fossem estendidas aos companheiros. Ao fim dos anos 1970, já tinha roupas melhores, uma cama de verdade e autorização para circular nas áreas comuns em certas ocasiões. Em 1982, foi transferido para Pollsmor, onde dividiu cela com outros ativistas do movimento negro. Lia muito, recebia familiares esporadicamente, jogava damas e futebol com os colegas - começou como atacante, mas logo encontrou a posição ideal: bandeirinha. "Várias dessas melhorias nas condições de alimentação e hospedagem foram repassadas não só para Robben Island como para todos os outros presídios do país", diz John Carlin em Conquistando o Inimigo.
4. De inimigo a parceiro
Quando a libertação do líder era dada como certa, parte do movimento negro temia as consequências. "Murmurava-se em alguns círculos que talvez fosse melhor assassiná-lo antes que pudesse ser solto porque era mais valioso como um ícone na prisão do que seria se viesse a se mostrar humano demais", afirma o bispo Desmond Tutu em Mandela - Retrato Autorizado. Mas, livre, ele foi capaz de superar o desejo de vingança. Na cadeia, havia estudado a cultura branca, inclusive no contato com os guardas. Chegou a aprender africâner, a língua dos boêres. "É claro que ele não esqueceu seu povo, mas tentou reduzir o espírito de revanchismo em nome da união nacional", diz John Stone. A aproximação gradual com o presidente P. W. Botha (mantida em segredo por um bom tempo) causou ressentimento entre certos colegas que lutavam na clandestinidade ou no exílio. Enquanto ele se reunia com representantes do governo, Winnie, por exemplo, comandava atentados contra o regime. Mandela sempre admitiu que o esforço para acabar com o apartheid não foi só dele. Mesmo após a posse na presidência, por incrível que pareça, ele foi acusado algumas vezes de trair a causa negra. Sua ex-mulher é uma das mais críticas até hoje. Em 1994, enquanto seus companheiros pediam o expurgo de toda a equipe do antecessor, Mandela preferiu manter integrantes do staff de Frederik de Klerk (que até 1996 foi vice-presidente). A demora em dispensar Johann van der Merwe, um oficial da polícia (mais tarde condenado por atentados contra ativistas) foi alvo de ataques. "Com a democracia instalada, todos os prejudicados podem buscar seus direitos na Justiça. Não precisamos de uma caça às bruxas", afirmou. Em 1995, instalou a Comissão da Verdade e Reconciliação, que tratou da violação de direitos humanos sem papel jurídico condenatório. Em outro episódio polêmico (e bem-sucedido), Mandela promoveu uma campanha de união em torno da seleção de rúgbi, um esporte tipicamente branco. Num ato em 16 de junho de 1995, chegou a ser vaiado por usar o boné do time.
5. Terrorista
Até julho de 2008, líderes da CNA, incluindo Nelson Mandela, não podiam entrar nos Estados Unidos (exceto na sede da ONU, em Nova York) sem uma autorização especial. Eram considerados terroristas. Ele criou e liderou o braço armado do partido: Umkhonto we Sizwe, ou Lança da Nação, que realizava atentados a bomba em marcos do apartheid, como escritórios para a concessão de passes. "A partir de 1960 (após o massacre de Sharpeville, quando a polícia abriu fogo contra manifestantes, deixando 69 mortos), ficou claro que não havia mais espaço para formas não violentas de luta. Aí Mandela tomou a iniciativa de criar um grupo armado", afirma Ahmed Mohamed Kathrada, colega de cela do ex-presidente. "Mas ele nunca quis matar civis inocentes. As bombas eram colocadas à noite, em locais estratégicos, como cabines telefônicas e entradas de prédios públicos, quando estavam vazios. O objetivo era abalar o moral do regime, e não matar." Ainda assim, segundo ele, essas ações deixaram 14 mortos e 86 feridos. O guerrilheiro era fã de Che Guevara e fazia questão de exibir uma barba. Durante três meses de 1962, fez treinamento militar na Argélia. "Ele era um admirador confesso da Revolução Cubana", diz o sociólogo John Stone, especialista em África da Universidade de Boston. "E se identificava com Fidel Castro. Assim como ele, Mandela era um advogado com padrão de vida acima da média, lutou pelas causas de seu povo e brilhou nos tribunais quando foi julgado pelo governo."
6. Carisma providencial
Madiba, como é chamado carinhosamente pelos admiradores, é uma pessoa carismática, capaz de fazer qualquer um se sentir à vontade. Fala pouco de si e tira o máximo de informações do interlocutor. Usa seu charme não só para defender os interesses do país como também para conseguir amenidades. Logo após a libertação, em 1990, ele e sua equipe estavam em um voo da South African Airlines. Ele ia na primeira classe. Os companheiros, na econômica. Pediu então para conversar com o piloto, Laurie Kay. "Ele ficou em pé e me cumprimentou com um aperto de mão. Isso jamais tinha acontecido comigo e um passageiro e nunca voltou a acontecer", lembraria o piloto. "Ele explicou que o resto da delegação estava na classe econômica e queria ver se poderia ter um upgrade." Conseguiu, claro. E Laurie, um branco que se considerava racista, sabe de cor os assentos onde estavam o líder e a mulher dele, Winnie: 1D e 1F. "Muitas vezes, Mandela usava seu charme só por usar. Também com bastante frequência, tentava conseguir alguma coisa em troca", diz John Carlin em Conquistando o Inimigo. Mac Maharaj conta que o humor fino do amigo é uma estratégia de autopreservação. "Ao contar piadas, ele evita falar de si, ao mesmo tempo que deixa as pessoas mais à vontade para que, assim, elas se comportem como realmente são." Pragmático e desconfiado, ele inspira confiança. "Quando conversa com alguém, ele sorri e olha no fundo dos olhos da pessoa, fazendo-a pensar que é a única coisa importante no mundo naquele momento", diz Maharaj. "Mas, no fundo, calcula a importância do interlocutor e sempre leva em conta o que tem a ganhar com aquela relação."
7. Falhas no governo
O primeiro presidente negro da África do Sul encontrou um país destroçado pelo ressentimento e pelas marcas do racismo. Era inevitável que, em vários aspectos estruturais, ele não conseguisse avançar muito. "Ele recebe críticas, sempre indiretas, por não ter conseguido transpor o abismo social entre brancos e negros. Nesse ponto, brancos acham que perderam demais e negros que ganharam de menos. Além disso, ele não deu a devida atenção à aids. Para compensar essa falta, depois da presidência, ele criaria uma ONG dedicada à doença", afirma o cientista político Marc Howard Ross. Em 2005, Mandela perdeu um filho infectado com o vírus. "Sua única fraqueza foi sua inabalável lealdade com antigos camaradas, permitindo que ministros com fraco desempenho continuassem em seu gabinete", diz Desmond Tutu em Mandela - Retrato Autorizado. Entre as críticas a seu legado está a falta de cuidado em preparar quadros para a transição. Apesar de se retirar dignamente após um único mandato, ele viu o país eleger líderes marcados por graves acusações de corrupção. Seu sucessor, Thabo Mbeki, renunciou ao mandato sob pressão de seu próprio partido, o CNA. O atual presidente, Jacob Zuma, responde por suspeitas que vão do desvio de dinheiro ao estupro de uma jovem aidética. "Mandela não conseguiu evitar o que mais temia: que os negros se perpetuassem no poder não necessariamente por mérito, mas porque o apartheid acabara", afirma Marc Ross. "Politicamente, está claro que a era Mandela acabou", diz o sociólogo John Stone. Agora, o país precisa aprender a viver sem ele.
8. Resistência física
Perto de completar 92 anos, Mandela não tem exatamente uma saúde frágil. Mas os anos de cadeia cobraram um preço alto de seu organismo. A rotina dura em Robben Island, onde quebrava pedras, causou um problema nos canais lacrimais que o impediu de chorar por uma década. Seus olhos são sensíveis à luz forte e ainda hoje é pedido que não se use flash ao fotografá-lo. As roupas inadequadas para o frio que vestia na cadeia provocaram doenças respiratórias, como a tuberculose, que curou na década de 1980. Em 2001, passou sete meses fazendo radioterapia para tratar de um câncer de próstata - em 1985, ele já tinha sido operado no local em função de uma suspeita de tumor. Nos últimos meses, segundo o relato de pessoas próximas, tem apresentado falhas de memória e períodos de isolamento.
GUIA DO ESTUDANTE
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