Com um chute, George Rodrigues Espíndola, pai de duas vestibulandas, impediu por alguns instantes o fechamento dos portões, pontualmente às 8h, na Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), na manhã deste domingo (8), primeiro dia de provas da segunda fase da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Ele não estava sozinho. Homens e mulheres aos gritos seguraram as grades para que os atrasados pudessem passar. “Foi indignação”, explicou. A revolta era coletiva em frente ao bloco G da instituição. De acordo com muitas pessoas que estavam no local, o portão só foi aberto às 7h15, com atraso, e por isso os feras mereciam alguns minutos a mais de tolerância.
“Se existe um horário definido, às 7h, ele precisa ser cumprido. A Comissão de Vestibular (Covest) tem que dar exemplo”, disse George, cujas filhas já haviam entrado. Nenhum candidato, entretanto, conseguiu passar na confusão. O clima na Unicap foi de tumulto. Os próprios pais, pelo menos uma centena, amontoados nas portas, impediam a passagem dos feras. O trânsito também não facilitou. Chegar à universidade, que recebe o maior número de pessoas neste vestibular, 8 mil feras, foi um transtorno. A ciclofaixa e a falta de fiscalização da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) ajudaram a montar o caos.
No bloco G, três feras se atrasaram. Ao verem os portões fechados, os dois primeiros deram meia volta, não sem antes ser incentivados pela multidão a pular o muro. O terceiro, Aldreis Artur Rodrigues da Silva, 18 anos, perdeu a prova de medicina por causa, segundo ele, do trânsito. O jovem mora no Espinheiro, bairro próximo ao local dos testes, e saiu de casa às 7h40 de bicicleta.
COVEST – A Comissão de Vestibular admitiu atraso na abertura dos portões do bloco G, mas informou que a demora não ultrapassou 10 minutos e que isso não levou prejuízo aos feras. De acordo com a comissão, seis fiscais faltaram. Dois deles deveriam acompanhar os portões, que só podem ser abertos com a equipe completa. Os faltosos foram substituídos por reservas.
NE UOL
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