Os livros que me perdoem, mas o jeito mais eficiente de estudar, entender e gravar determinado assunto é realmente através de recursos audiovisuais. A leitura, é claro, ajuda. Principalmente na compreensão e se incluir uma narrativa envolvente, que abrange outros elementos, como intertextualidade e uma identificação com o leitor.
Com a ascensão dos serviços de vídeo em streaming, não tem como falar de conteúdo em vídeo sem pensar em Netflix – uma das plataformas digitais que mais cresceu nos últimos anos. Atualmente, inclusive, o nome da empresa já virou praticamente sinônimo e, ao mesmo tempo, referência quando pensamos em séries.
Já que a plataforma é muito popular entre o público jovem, que majoritariamente ainda está estudando, é possível juntar o melhor dos dois mundos e unir experiências de entretenimento com conhecimento, tornando a hora do estudo bem mais prazerosa.
(Giphy/Giphy)
Pior isso, fizemos uma seleção com as melhores séries da Netflix para quem gosta ou precisa se aplicar na disciplina de História:

(Giphy/Giphy)
The Crown
(Geom/Wikimedia Commons)
Ganhadora dos prêmios de Melhor Série Dramática e Melhor Atriz no Globo de Ouro de 2017, uma das premiações mais importantes do cinema e da TV americana, The Crown deixou os críticos e público perplexos. Antes da estreia, acreditava-se que o seriado seria somente mais um produto sobre a família real britânica, já tão explorada midiaticamente.
A realidade, entretanto, é que a série toca em assuntos pessoais e históricos delicados. E, de quebra, ainda mostra o lado B de vários momentos reais bastante conhecidos.
Já dá até um friozinho na barriga pensar em todos esses acontecimentos (Netflix/Giphy)
O enredo do seriado é centrado na figura da rainha Elizabeth II, atual monarca do Reino Unido e principal governante do país no século passado. Mas também exibe momentos bastante importantes do final da vida do rei Jorge VI, pai da soberana, que governou a nação durante a Segunda Guerra Mundial.
Um personagem com bastante destaque é o Duque de Windsor, Eduardo VIII, tio da rainha. Ele foi o filho primogênito do rei Jorge V e irmão mais velho de Jorge VI. Após dez meses como soberano, contudo, abdicou ao cargo às vésperas da segunda grande guerra, devido a sua paixão por uma mulher divorciada. A sua narrativa foca bastante em como ele lidou com toda a pressão da renúncia e a sua relação com a família real depois do episódio.
Outra figura histórica bem presente é a de Winston Churchill, já em seu segundo mandado como primeiro-ministro britânico. Antes do período retratado na série, durante os anos da Segunda Guerra, ele exerceu o mesmo cargo, tornando-se uma das principais figuras políticas de todo o século, responsável por decisões importantes, como o destino e as consequências que a Alemanha deveria sofrer no pós-guerra, na Conferência de Potsdam.
Um assunto histórico que a série também trata de leve é o caso da Crise de Suez e das perdas das coloniais britânicas em território ultramar, assim como o processo de descolonização da África. Aliás, o seriado ainda deixa um gostinho de “quero mais” nesse aspecto. O mesmo acontece com a história da família do Príncipe Filipe, marido de Elizabeth II, durante a Guerra Greco-Turca. Ambos os assuntos devem ser abordados com mais aprofundamento no decorrer da segunda e próxima temporada.
Também mal podemos esperar, Príncipe Filipe! (Netflix/Giphy)
É verdade que The Crown tem um ritmo um pouco lento, mas a trama é realmente envolvente. Vale a pena apostar para dar um belo mergulho na história do século 20.
(Netflix/Giphy)

(Geom/Wikimedia Commons)

Já dá até um friozinho na barriga pensar em todos esses acontecimentos (Netflix/Giphy)

Também mal podemos esperar, Príncipe Filipe! (Netflix/Giphy)

(Netflix/Giphy)
Marco Polo
(Netflix/Divulgação)
Viajando no tempo para um período histórico mais longínquo, esta série retrata as aventuras do explorador veneziano Marco Polo pelo continente asiático, durante a sua excursão de 24 anos pela região. No período retratado, o personagem se depara com muitas maravilhas, tesouros e produtos exóticos, assim como uma cultura riquíssima e completamente diferente da sua realidade medieval europeia.
Marco Polo fica completamente extasiado com as novas experiências (Netflix/Giphy)
No seriado, o Marco vai parar na corte de Kublai Khan, quinto khan do Império Mongol e um dos governantes responsáveis pela expansão e domínio quase total da Ásia pelos mongóis, no século 13. Hoje, no local, encontra-se a cidade de Pequim.
É esse, basicamente, o comportamento de Kublai Khan por toda a série (Netflix/Giphy)
As experiências de Marco Polo foram retratadas por ele mesmo em um livro intitulado “As Viagens de Marco Polo”. Acredita-se que o volume serviu como inspiração para Cristóvão Colombo sair à procura “das Índias” e de novas rotas comerciais. O navegador, na verdade, acabou dando de cara com um inteiramente novo continente, que viria a ser chamado de América e render, pelos próximos anos, muitas riquezas à Europa.
Entretanto, nem todas as histórias relatadas no volume são completamente reais. Historiadores afirmam que a obra é uma mistura de elementos fictícios e legítimos. A série também não é 100% fiel aos fatos e dados históricos, mas serve como uma boa introdução ao tema. Aqueles que a assistirem (e gostarem) podem se interessar pelo assunto e realizar um aprofundamento em História da Ásia (ou Extremo Oriente) ou uma introdução a um estudo sobre o período das Grandes Navegações.
Lorenzo Richelmy, que interpreta o Marco Polo, também recomenda o seriado (Netflix/Giphy)

(Netflix/Divulgação)

Marco Polo fica completamente extasiado com as novas experiências (Netflix/Giphy)

É esse, basicamente, o comportamento de Kublai Khan por toda a série (Netflix/Giphy)

Lorenzo Richelmy, que interpreta o Marco Polo, também recomenda o seriado (Netflix/Giphy)
Narcos
(Netflix/Divulgação)
De volta ao século 20 e depois de falar da Ásia, da Europa e tocar de leve em assuntos que envolvem a África, temos que dar atenção ao nosso continente. E não é qualquer parte do continente americano, mas a nossa América Latina.
Narcos conta a história do famoso narcotraficante colombiano Pablo Escobar, sua trajetória política e anos de fuga do governo americano. Através deste enredo, a série consegue nos fazer refletir sobre a história da Colômbia, toda a questão (um tanto ainda atual) do narcotráfico e também sobre as raízes dos problemas sociais na América Latina. Tanto com relação as marcas e deficiências que a exploração e colonização europeia deixaram, como no que concerne à influência norte-americana ao sul de seus territórios, no que ficou conhecido como Doutrina Monroe ou “a América para os americanos”.
A opinião de Escobar (ou do Wagner Moura) sobre a política imperialista americana (Netflix/Giphy)
Outro tema bastante presente na série é o caso das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que continua muito atual nos dias de hoje, principalmente após o episódio da rejeição, pela população, do acordo de paz entre o governo colombiano e o grupo, em 2016.
Como as Farc é caracterizada por ser um coletivo guerrilheiro, de influencia comunista, o caso também serve como um desenrolar de questões históricas, que se enraizarem em processos como a Revolução Russa e a Revolução Cubana.
Um brinde à relevância histórica de Narcos! (Netflix/Giphy)

(Netflix/Divulgação)

A opinião de Escobar (ou do Wagner Moura) sobre a política imperialista americana (Netflix/Giphy)

Um brinde à relevância histórica de Narcos! (Netflix/Giphy)
The Get Down
(Netflix/Divulgação)
Representando um período histórico bem mais próximo de nós, esta série estabelece vínculos com problemas sociais ainda atuais e bem contemporâneos. No formato de musical, com músicas, danças e uma ambientação bem rica – produto da direção de Baz Luhrmann -, The Get Down narra o nascimento do hip hop e da música disco, em plena década de 1970, no bairro do Bronx, em Nova York.
Luzes, cores, figurino… Um barato! (Netflix/Giphy)
Estes estilos musicais foram desenvolvidos entre integrantes das comunidades latinas e africanas. E, anos mais tarde, ainda influenciaram o nascimento do rap, outro estilo bastante representativo das periferias e áreas mais carentes de grandes cidades até hoje.
(Netflix/Giphy)
Com este cenário, a história não poderia deixar de tocar em assuntos muito sensíveis à época, como a criminalidade nova-iorquina e o preconceito racial. De quebra, ainda aborda política, a questão dos movimentos sociais e da liberdade sexual.
Além dos assuntos mais sérios, a série ainda trata de questões culturais. Mostra a crescente cultura do grafite – que andava em conjunto com o próprio hip hop -, dos quadrinhos sobre super-heróis e de várias outras expressões artísticas da década.
GUIA DO ESTUDANTE

(Netflix/Divulgação)

Luzes, cores, figurino… Um barato! (Netflix/Giphy)

(Netflix/Giphy)

Nenhum comentário:
Postar um comentário